Girassóis
Toda criança é um artista disse Pablo
Picasso.
A arte é um registro da nossa
passagem na terra. Inteligência, intuição e sensibilidade diante
do mundo através do meio artístico.
O fantástico
mundo representado por Homero, as pinturas de Leonardo Da Vinci, as
interpretações de Louise Bourgeois sobre sua mãe, a loucura de Mozart na
música, a solidão de Samuel Beckett
‘Esperando Godot’ , o Abaporu de Tarsila do Amaral, A Estudante Russa de Anita Malfatti e as manifestações
folclóricas dos diferentes povos fazem
parte do patrimônio universal da Arte. Nossas
vivências não escapam da representação de olhos curiosos na tentativa
de encontrar a essência do ser humano.
Byung-Chul Han
no A
Salvação do Belo, reflete sobre a arte.
Diz que ver o belo provoca comoção. O belo e o sublime tem a mesma
origem. No entanto não se pode ver o
outro sem se expor a um ferimento. Sem ferimento não há verdade nem percepção
verdadeira. Sem ferimento não há nem
poesia nem arte. A tarefa da Arte consiste na salvação do outro, na salvação do
belo.
“A
paisagem se pensa dentro de mim, eu sou a sua consciência” foi o que Paul
Cèzanne disse ao ficar diante da montanha de Saint-Victoire.
A arte como uma montanha é resistência. E como resistência é a sua consciência que media a ação
do ser-humano-artista num envolvimento político,
social e histórico. Dualidade e
multiplicidade humana. No contrapelo da
história.
Não há dúvidas que a Arte é o que provoca
admiração e retém o olhar. E não podemos mais conceber a Arte como uma
atividade e pensamento de faceta única. A estética da Arte se desdobrou.
Vincent Van Gogh ao pintar os Girassóis-1888-captou eternamente os olhares do espectador com cores vibrantes . Lembro da minha admiração quando vi esse quadro pela primeira
vez. Ai Weiwei, fez uma releitura desse
quadro -2010- ao fazer 100 milhões de esculturas de sementes de girassol em porcelana trazendo a infância dessa flor de outro modo
mas com a mesma essência.
Arte é reconciliação. É liberdade. É infância. É verdade.
É girassol.
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