Herdeiros  de Cervantes

Mara Paulina Arruda




 

“Quienes no comparten un poco de sus casas com los demás, rara vez reciben visitas”

Hilario J.Rodríguez

 

O Brasil é um país multiétnico. Tem no seu território pessoas descendentes de todas as nações. Muito antes da invenção das redes sociais o Brasil acolhe diferentes pessoas vindas de todos os continentes. Rede social é conosco mesmo! Cultura, cores, pessoas e expressões linguísticas. E, na maioria das escolas públicas do país o espanhol é uma língua opcional juntamente com o inglês oferecida  aos alunos e alunas.

Bueno, mas a questão não é essa embora perpasse por essa observação. Como é importante falarmos, nos comunicarmos com outros saberes, outras formas de dizer o que gostaríamos de dizer! Ademais, a questão é que, neste ano,  livros e autores espanhóis tem impactado a minha percepção da escrita,  interpretação, literatura  e  leitura.

Dois autores:

Com outros livros publicados anteriormente, a filóloga Irene Vellejo publicou em Zaragoza o livro O Infinito em um Junco  traduzido praticamente em todas as línguas, recebendo prêmios importantes.  Poderíamos traduzir o que disse Roger Chartier “Cada palavra define-se a si mesma e o idioma é uma classificação do universo”

O Infinito em um Junco, editora Intrínseca é um livro que trata da resistência dos apaixonados pelo livro até os dias de hoje. A autora mostra que desde o princípio dos tempos rolos de papiro, iluminuras, códigos secretos e os atuais e-books há uma  batalha de homens e mulheres para preservarem o livro como objeto de aprendizagem. E como os livros percorreram- percorrem-  trabalhosos caminhos até chegarem as nossas mãos.

O também filólogo, professor  e viajante  Hilário J. Rodríguez  autor de Perder Ciudades dos Viajes em el siglo XXI e Mapa Mudo publicou  neste ano, em Guadalajara, Las Desapariciones, Newcastle Ediciones. Este, une imagens e textos sobre o desaparecimento da cultura bem como a sua resistência.  Estudioso de cinema e literatura  vai as cidades onde os escritores viveram e traduz as experiências numa literatura casual e afetiva. Resenhas biográficas. Assim como fez Laurence Sterne, nas viagens sentimentais no século XVIII, Hilário J. Rodriguez relata suas vivencias -escrita e fotográfica- em forma de literatura. Pesquisa. História. Ficção.

Herdeiros de Miguel de Cervantes  Hilário J. Rodríguez e Irene Vallejo são autores contemporâneos que estão publicando trabalhos salutares á movimentada  história desta Era. 

 


Arte: Cãndido Portinari

 

 

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