Anotações
Mara Paulina
Arruda
“Y
fue por este rio de sueñera y barro
Que
las proas vinieron a fundarme la pátria”
J.B.Borges
Antes, na história oral. Hoje, via redes sociais, as
palavras tem pernas. Caminham de boca em boca,
frase a frase, de livro em livro, de país em país.
Silvina Ocampo era amiga de Jorge Luis Borges. Começou a publicar
em 1937. Uma das precursoras da literatura feminina da Argentina.
Leio Maria Gainza, O Nervo Óptico.
Na expressão literária
desta escritora encontramos parte da história
da arte, algumas rememorações históricas e pessoais, citações artísticas,
características. A estética dela é contar da nossa
condição humana.
“Corram os olhos por uma
galeria de arte argentina. Primeiro distraidamente, sem focar em nada. Quando
sentirem um chacoalhão, como um carro que atropela um preá na rodovia, parem: é
bastante provável que estejam diante de um Victorica.”
Os personagens não estão solitários. Eles estão com alguém, com um artista, num lugar da vida permeada
pela arte e têm a visualidade periférica que os situa dentro de nós. Inquietos, ‘no charme
das ruínas’
A autora capta a vida
real, costura com o imaginário. Os seus contos tem como estratégia o que o pintor Diego Velázquez fez na pintura ‘As meninas’.
Ela escrevendo o livro, estando dentro do livro e observando o leitor. Cada conto um mundo novo. Uma observação
perspicaz. Uma ave barroca que voa no imaginário de quem lê.
Livro inspirador. Maria Gainza escreve como quem desenha personagens vindos dos sonhos reais.
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