Sinal verde
Mara Paulina Wolff de Arruda


Lilia vende balas no semáforo. Todo dia, acorda cedo, ajeita o boné sobre os cabelos, a bolsa cheia de diferentes tipos de balas atravessada no corpo. Se apressa para chegar cedo ao trabalho. 

Assim que a sinaleira abre o sinal verde ela espera os carros pararem e oferece aos motoristas pacotinhos de bala preparados por ela e sua mãe.

Tem dias que vende bem; outros nem tanto.

Lilia não se ajustou na escola. Sofreu bulling, preconceitos. Não gostava das aulas.

No final do mês separa uma parte do dinheiro para pagar as contas, outra parte para as compras do mês no supermercado.  

Nem sempre sobra algum. 

Quando há  lucro Lilia vai até o sebo para comprar outro livro.

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