O inesquecível Lasar Segall
(Mara Paulina Arruda)
Um pouco da história cultural que nos constitui está
na origem da modernidade no Brasil. A prosperidade na agricultura do café
promoveu o enriquecimento das metrópoles principalmente em São Paulo.
Muitos emigrantes europeus fugiram do horror da
guerra se deslocando para o país vindo
trabalhar nas fazendas e industrias. Operários e artistas trouxeram outros aspectos da cultura, outros
pontos de vista, outras representações da vida e da arte.
A antropofagia, movimento artístico brasileiro liderado por Oswald de Andrade, Mario de Andrade, Anita Malfatti, Guilherme de Almeira entre outros artistas e poetas propunha a incorporação transformada e abrasileirada das influências estrangeiras.
Mas,
afinal quem foi Lasar Segall?
Lasar
Segal conhecia o Brasil desde 1912. Participou
do Movimento de Arte de 1922 e se naturalizou brasileiro em 1927. Pintor,
gravurista e escultor nascido na
Lituânia passou por diferentes lugares. O trabalho desse artista influenciado pelo impressionismo,
expressionismo e modernismo representou nas suas pinturas e gravuras o
sofrimento humano: perseguição, miséria, exclusão, melancolia, resistência. Um artista
judeu a procura de forças para viver através da arte.
Foi um dos primeiros modernistas a expor no país. Amigo de Mario de Andrade conheceu o país em 1912 numa exposição de Arte em Campinas,SP. Sua pintura retratava a pobreza, a violência, a tristeza e destruição da guerra.
Ao chegar no Brasil se encantou com a luz e o
ambiente tropical. Dialogou com Tarsila do Amaral e outros artistas locais. A
paleta de cores de Segall foi, gradativamente, se transformando ao retratar as
paisagens, favelas, mães negras pintadas em espaços abertos com cores claras e
luminosas. O dramático tema dos marginalizados pela sociedade foi exposto e
ganhou outras tonalidades. Navio de
Emigrantes,1940, Guerra,1942 são pinturas que dão ênfase à sensibilidade e vivência deste genial artista.
Ao longo da carreira dedicou-se além da pintura à
várias técnicas de gravura: xilogravura e litogravura continuando a retratar a preocupação
com a violência, as injustiças sociais também vistas no Brasil; os dramas eternos da humanidade com
linhas simplificadas e contrastes certeiros do branco e preto.
Faleceu em 1957 com 66 anos deixando um acervo memorável, critica contumaz
do mundo moderno, do progresso e da impossibilidade de esquecer o passado sem
deixar de registrar o presente.
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