O
Cinema e a História
(Mara
Paulina Arruda)
Num
tempo em que tudo é imagem fugaz um filme brasileiro com uma
história real arrebata os espectadores no Brasil e no exterior.
Fui
assistir “Ainda Estamos Aqui’ filme de Walter Salles e protagonizado por
Fernanda Torres e Selton Mello. O filme é a adaptação cinematográfica do livro homônimo Ainda Estou Aqui de Marcelo Rubens Paiva.
Caminhava
com passos lentos, um pouco tensa sabendo que o filme é parte da história vivida por meus pais, nos
anos ido de 1970. Não vivíamos no Rio de Janeiro. Vivíamos no interior de Santa
Catarina.
Lembro
de meu pai chegando em casa e dizendo que tudo estava escuro se referindo ao
tempo ditatorial no Brasil. Lembro do jornal citado por minha avó numa conversa
no meio de um lanche à tarde: Ela, com seus 70
anos, atenta ao noticiário na
televisão: O engenheiro e deputado cassado Rubens Paiva havia sido sequestrado
por militares.
Minha
família não teve nenhum envolvimento com esse caso real. Minha família foi vítima
e testemunha ‘de longe’ de uma das muitas facetas do movimento ditatorial
liderado por militares nos anos de 1960 a 1980 no Brasil.
O
cinema é tecnologia artística. Começou no movimento do desenho, seguiu na
pintura, recriou-se na fotografia e no acúmulo de imagens, uma após a outra,
adaptado pelos irmãos Lumière. Graças à essa tecnologia podemos assistir
histórias reais e inventadas. Podemos conhecer e se apropriar de um mundo
refletido no movimento das imagens, mostrado por histórias o qual é representado por artistas, um
tanto de coisas, gravadas em nós.
Ao
terminar a exibição do filme ‘Ainda Estou Aqui’ sai emocionada,
do mesmo modo de muitas pessoas. Fui voltando ao ano de 2024,
acordada, no que não podemos esquecer.
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