Iara (Mara Paulina Wolff de Arruda) Um terço da tribo de Iara caminhou pelo rastro do rio Uruguai até chegar na serra catarinense onde eles tinham ouvido falar que era um lugar rico em sementes. Nessas andanças ela, ainda pequena, segurando a mão do pai, geógrafo de sua tribo Kaingang sonhava com um lugar onde houvesse fartura. Cresceu entre araucárias. Aprendeu a subir nas árvores, derrubar pinhas, separar os pinhões e vende-los no centro do vilarejo com seus parentes. No que cresceu ficou vistosa. Quando o coaxar dos sapos e o tartarear dos papagaios silenciavam ela deitava-se na esteira e conversava com seus mortos. Um dia foi capturada por meu avô, imigrante alemão. Ele enamorou-se dela: cabelos escorridos, olhos pretos, cheiro de folhagem e rio. O que foi sabido foi que a escolha deu-se por ela conhecer o rugido do leão baio e de outros seres da floresta protegendo meu avô da ferocidade selvagem. Teve quatro filhos e ...